![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzNmvPx2QHRbJgJJ_LxhHWtK6uw0y8cCTAnBNA18hazkMeayqV4VW9mAP0FbZdrjAF-EckmSxD2Wcflm0IfHwTNQ6h89FeJ9PRbq_WSRd72Q9OJTtBiFFjqyWwoLAPG2oEo7gdsVPGnbo/s320/CAVALINHU+AZUL.bmp)
Por ser considerada uma atividade exclusiva que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, a ação equivale àquela condição humana que é o pluralismo, pelo fato de que o homem coletivamente vive na terra e habita o mundo. Esta dimensão da ação vem perdendo espaço diante da tendência conformista e homogeneizada da sociedade de massa.
Muitos programas sociais têm praticado a exclusão da possibilidade da ação, tendo em vista que a sociedade tem imposto inúmeras e variadas regras, todas elas objetivando “normalizar” os seus membros. Esta perspectiva invadiu o imaginário social impedindo que o espaço da ação política, da diversidade e da democracia se concretize nos processos sociais vigentes. A ruptura com este paradigma só pode acontecer quando a escolha da perspectiva focalizar mais o “por que” fazer do que “como” fazer, questionando as opções políticas atuais e o próprio conceito de educação vigente que deve estar alicerçada nos princípios da criatividade, inovação e criticidade.
Há uma diferença entre duas esferas de atuação na vida humana: a pública e a privada. Se na vida privada o homem busca proteção e refúgio face ao mundo, é na esfera pública que se localiza a possibilidade da plena realização da condição humana; é nesta esfera, por meio do discurso, que os homens podem agir, dialogando com a pluralidade dos outros homens para transformar a realidade.
O espaço público, além de significar aquilo que pode ser visto e ouvido por todos, designa o que é comum a todos; mas quando esta condição é ameaçada, gerando-se um desinteresse pelo que é comum, a lei do mais forte e a idéia de “levar vantagem em tudo” ganha força e credibilidade. Quando a esfera pública se deteriora, o meio ambiente, por exemplo, torna-se objeto de interesses privados e passa a ser tratado como “terra de ninguém”, onde a responsabilidade pelos prejuízos causados à população dificilmente são evitados ou assumidos por algum responsável. O problema ecológico repõe essa rica cadeia de relações entre o público, o privado e a prática da cidadania.
As lutas ecológicas, que defende a idéia de meio ambiente como um espaço comum, provocam uma crítica ferrenha à forma organizativa da sociedade atual, apresentando um projeto alternativo de organização societária. Dessa forma, a ecologia e as lutas sociais reafirmam que a gestão do meio ambiente é um problema público e um campo de luta política onde se confrontam interesses diferentes e divergentes, ou seja, é indispensável não só compreender, mas também intervir sobre como a qualidade de vida do planeta é ou não garantida pelas decisões políticas.
A luta ecológica revitaliza a abordagem de que o meio ambiente é um espaço comum, e, acima de tudo, um espaço público, onde nos relacionamos com os outros; é um espaço dialético, onde afetamos as ações e somos afetados por elas; onde os aspectos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em constante interação, provocando processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos que mudam a natureza e a sociedade.
Meio ambiente não pode ser visto somente como sinônimo de meio natural. É preciso romper com um determinado tipo de conduta, pensar uma outra lógica para a ação, que não se confunda com a lógica da privacidade e da intimidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário